terça-feira, 13 de março de 2012

A IMPORTÂNCIA DA NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO Fga Vera Lucia de Siqueira Mietto CFFª 3026


Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada ao processo de 
aprendizagem é sem duvida, uma revolução para o meio educacional. A 
Neurociência da aprendizagem, em termos gerais, é o estudo de como o cérebro 
aprende. É o entendimento de como as redes neurais  são estabelecidas no 
momento da aprendizagem, bem como de que maneira os estímulos chegam ao 
cérebro, da forma como as memórias se consolidam, e de como temos acesso a 
essas informações armazenadas.  
Quando falamos em educação e aprendizagem, estamos  falando em 
processos neurais, redes que se estabelecem, neurônios que se ligam e fazem 
novas sinapses. E o que entendemos por aprendizagem? Aprendizagem, nada mais 
é do que esse maravilhoso e complexo processo pelo  qual o cérebro reage aos 
estímulos do ambiente, ativa essas sinapses (ligações entre os neurônios por onde 
passam os estímulos), tornado-as mais “intensas”. A cada estimulo novo, a cada 
repetição de um comportamento que queremos que seja consolidado temos circuitos 
que processam as informações, que deverão ser então consolidadas. 
A neurociência nos vem descortinar o que antes desconhecíamos sobre o 
momento da aprendizagem. O cérebro, esse órgão fantástico e misterioso, é 
matricial nesse processo do aprender. Suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem 
sua função e real importância num trabalho em conjunto, onde cada um precisa e 
interage com o outro. Mais qual o papel e função de cada região cerebral? Aonde o 
aprender tem realmente a sua sede e necessita ser estimulada adequadamente?  
Conhecer o papel do hipocampo na consolidação de nossas memórias, a 
importância do sistema límbico, responsável pelas nossas emoções, desvendar os 
mistérios que envolvem a região frontal, sede da cognição, linguagem e escrita, 
poder entender os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças 
com TDAH, as funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal é hoje fundamental na educação assim como compreender as vias e rotas 
que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais 
especifica (parietal), que reconhece as formas visuais das letras e depois acessando 
outras áreas para que a codificação e decodificação dos sons sejam efetivas. Como 
não penetrar nos mistérios da região temporal relacionado á percepção e 
identificações dos sons onde os reconhece por completo? (área temporal verbal que 
produz os sons para que possamos fonar as letras).  Não esquecendo a região 
occipital que tem como uma de suas funções coordenar e reconhecer os objetos 
assim como o reconhecimento da palavra escrita. Assim, cada órgão se conecta e 
se interliga nesse trabalho onde cada estrutura com seus neurônios específicos e 
especializados desempenham um papel importantíssimo nesse aprender. 
Podemos compreender, desta forma que o uso de estratégias adequadas em 
um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará consequentemente, 
alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas, afetando assim o 
funcionamento cerebral, de forma positiva e permanente, com resultados 
extremamente satisfatórios. . 
Estudos na área neurocientífica, centrados no manejo do aluno em sala de 
aula vem nos esclarecer que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas 
funcionam de forma inter relacionada. Assim, podemos entender, por exemplo, como 
é valioso aliar a musica e os jogos em atividades escolares, pois há a possibilidade 
de se trabalhar simultaneamente mais de um sistema: o auditivo, o visual e até 
mesmo o sistema tátil (a música possibilitando dramatizações).  
Os games (adorados pelas crianças e adolescentes) ainda em discussão no 
âmbito acadêmico são fantásticos na sua forma de manter nossos alunos plugados 
e podem ser mais uma ferramenta facilitadora, pois possibilita estimular o raciocínio 
lógico, a atenção, a concentração, os conceitos matemáticos e através de 
cruzadinhas e caça-palavras interativos, desenvolver a ortografia de forma 
desafiadora e prazerosa para os alunos. Vários sites na internet nos disponibilizam 
esses jogos. 

Desta forma, o grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que 
'facilite' esse disparo neural, as sinapses e o funcionamento desses sistemas, sem 
que necessariamente o professor tenha que saber se a melhor forma de seu aluno 
lidar com os objetos externos é: auditiva, visual ou tátil. Quando ciente da 
modalidade de aprendizagem do seu aluno, (e isso não está longe de termos na 
formação de nossos educadores) o professor saberá quais estratégias mais 
adequadas utilizar e certamente fará uso desse grande e inigualável meio facilitador 
no processo ensino – aprendizagem. 
Outra grande descoberta das neurociências é que através de atividades 
prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais 
facilmente: as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais 
facilidade.  
Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o professor pode ajudar 
nesse “fortalecimento neural”?Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica 
tem esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto, 
onde o aluno não é um mero observador, passivo e distante, mas sim, participante, 
questionador e ativo nessa construção do seu próprio saber, o deixam “literalmente 
ligado”, plugado, antenado.  
O conteúdo antes desestimulante e repetitivo para o aluno e professor ganha 
uma nova roupagem: agora propicia novas descobertas, novos saberes, é dinâmico 
e flexível, plugado em uma era informatizada aonde  a cada momento novas 
informações chegam ao mundo desse aluno. Professor  e aluno interagem 
ativamente, criam, viabilizam possibilidades e meios de fazer esse saber, 
construindo juntos a aprendizagem. 
Uma aula enriquecida com esses pré- requisitos é mágica, envolvente e 
dinâmica. É saber fazer uso de uma estratégia assertiva onde conhecimentos 
neurocientíficos e educação caminham lado a lado. Mas como isso é possível? O 
que fazer em sala de aula? A seguir veremos algumas sugestões que podem ser 
adotadas: 

1- Estabeleça regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de 
aula, fazendo com que os alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza 
e utilização dos materiais. Opinando e criando as regras e normas adotadas, 
eles se sentirão responsáveis pela sala de aula 
2- Faça uso de materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual: 
mural, cartazes coloridos, filmes, livros, filmes educativos; Tátil: material 
concreto e objetos de sucata planejados. Há uma riqueza de sites na internet 
que nos disponibilizam atividades muito ricas e prazerosas. A criatividade aflora 
e a aula se torna muito divertida; Auditivo: música e bandinhas feitas com 
material de sucata, sempre com o conteúdo inserida  nelas. A criação de 
musicas sobre conteúdos é uma forma divertida de aprender. Talentos 
apareceram em sala de aula. E quem não gosta de cantar? A aula fica muito rica 
e prazerosa!  
3- Reserve um lugar com almofadas e tapete, para momentos de descanso e 
reflexão. O “cantinho da leitura” é fundamental na sala de aula na ausência de 
uma biblioteca. Relaxar após o trabalho prazeroso significa dar tempo para o 
cérebro escanear todo o conteúdo que vai ser assimilado, ativar o hipocampo 
(região responsável pelas memórias) e consolidar o que se aprendeu. 
4- Estabeleça rotinas onde possam realizar trabalhos individuais, em dupla e em 
grupo. (rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e 
organização. Crianças com TDAH, que apresentam mal  funcionamento das 
funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas). O 
trabalho em equipe é extremamente prazeroso, ativa  as regiões límbicas 
(responsáveis pelas emoções) e como sabemos que o aprender está ligado à 
emoção, a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva. 
(hipocampo) 
5- Trabalhar o mesmo conteúdo de varias formas possibilita aos alunos “mais 
lentos” oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas 
possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos, atividades que reforcem ainda mais 
esse conteúdo, que os mantenham atentos e concentrados, para que os mais 
lentos não sejam prejudicados com conversas e agitação dos mais rápidos. 

6-  A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e 
melhor percebida por todos os alunos. O professor que ministra bem os conflitos 
em ala de aula, que tem “jogo de cintura” e apresenta o conteúdo com prazer 
mantém seus alunos “plugados” na sala de aula. 
Desta forma, sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a 
aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e 
consolidam o conhecimento, dessa magia onde cada estrutura cerebral se interliga 
para que todos os canais sejam ativados. Assim, como numa orquestra 
afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, estar de posse desses importantes 
conhecimentos e descobertas será como reger uma orquestra onde o maestro 
saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar 
deles melodias harmoniosas e suaves! 
A neurociência se constitui assim em atual e uma grande aliada do professor 
para poder identificar o individuo como ser único, pensante, atuante, que aprende de 
uma maneira toda sua, única e especial. Desvendando os mistérios que envolvem o 
cérebro na hora da aprendizagem, a neurociências disponibiliza, ao moderno 
professor (neuroeducador), impressionantes e sólidos conhecimentos sobre como se 
processam a linguagem, a memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção, o 
medo, como incorporamos o conhecimento, o desenvolvimento infantil, as nuances 
do desenvolvimento cerebral desta infância e os processos que estão envolvidos na 
aprendizagem acadêmica.  Logo, um vasto campo de preciosas informações 
relacionadas ao aluno e ao processo de absorção da  aprendizagem a ele 
proporcionada. Tomarmos posse desses novos e fascinantes conhecimentos é 
imprescindível e de fundamental importância para uma pedagogia moderna, ativa, 
contemporânea, que se mostre atuante e voltada às exigências do aprendizado em 
nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente.  
Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais, (que viabilizam o 
gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (fundamentais para o 
entendimento da consolidação das memórias), neurônios espelho, que possibilitam a 
espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a 
desenvolver-se, a aprender e a mudar não mais estarão sendo discutidos apenas 
por neurocientistas, como até então imaginávamos.  Estarão agora, na verdade, em 
sala de aula, no dia a dia do educador, pois uma nova visão de aprendizagem está a 
se delinear. O fracasso e insucesso escolar têm hoje um novo olhar, já que uma 
nova e fascinante gama de informações e conhecimentos está á disposição do 
educador moderno. 
Graças á neurociência da aprendizagem, os transtornos comportamentais e da 
aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores, 
que aliados á neurociência tem subsídios para a elaboração de estratégias mais 
adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, um método de 
ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores 
fundamentais para que todo esse conhecimento que a  neurociências nos viabiliza 
seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno. Esta 
nova base de conhecimentos habilita o educador a ampliar ainda mais as suas 
atividades educacionais, abrindo uma nova estrada no campo do aprendizado e da 
transmissão do saber. 





3 comentários:

  1. Olá Danielle! Passei para dar uma olhadinha. Estou te seguindo e levando teu link. Fica com Deus...

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  2. Oi danielle, gostei muito do seu blog, suas postagens são riquíssimas em conhecimentos, já estou seguindo e convido você a fazer uma visita ao meu se gostar participe, será um prazer, Abraços uma noite abençoada.

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  3. ola tudo bem amei seu blog e estou te seguindo para nao perder nadinha do seu cantinho..bjocas

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