Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada ao processo de
aprendizagem é sem duvida, uma revolução para o meio educacional. A
Neurociência da aprendizagem, em termos gerais, é o estudo de como o cérebro
aprende. É o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no
momento da aprendizagem, bem como de que maneira os estímulos chegam ao
cérebro, da forma como as memórias se consolidam, e de como temos acesso a
essas informações armazenadas.
Quando falamos em educação e aprendizagem, estamos falando em
processos neurais, redes que se estabelecem, neurônios que se ligam e fazem
novas sinapses. E o que entendemos por aprendizagem? Aprendizagem, nada mais
é do que esse maravilhoso e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos
estímulos do ambiente, ativa essas sinapses (ligações entre os neurônios por onde
passam os estímulos), tornado-as mais “intensas”. A cada estimulo novo, a cada
repetição de um comportamento que queremos que seja consolidado temos circuitos
que processam as informações, que deverão ser então consolidadas.
A neurociência nos vem descortinar o que antes desconhecíamos sobre o
momento da aprendizagem. O cérebro, esse órgão fantástico e misterioso, é
matricial nesse processo do aprender. Suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem
sua função e real importância num trabalho em conjunto, onde cada um precisa e
interage com o outro. Mais qual o papel e função de cada região cerebral? Aonde o
aprender tem realmente a sua sede e necessita ser estimulada adequadamente?
Conhecer o papel do hipocampo na consolidação de nossas memórias, a
importância do sistema límbico, responsável pelas nossas emoções, desvendar os
mistérios que envolvem a região frontal, sede da cognição, linguagem e escrita,
poder entender os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças
com TDAH, as funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal é hoje fundamental na educação assim como compreender as vias e rotas
que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais
especifica (parietal), que reconhece as formas visuais das letras e depois acessando
outras áreas para que a codificação e decodificação dos sons sejam efetivas. Como
não penetrar nos mistérios da região temporal relacionado á percepção e
identificações dos sons onde os reconhece por completo? (área temporal verbal que
produz os sons para que possamos fonar as letras). Não esquecendo a região
occipital que tem como uma de suas funções coordenar e reconhecer os objetos
assim como o reconhecimento da palavra escrita. Assim, cada órgão se conecta e
se interliga nesse trabalho onde cada estrutura com seus neurônios específicos e
especializados desempenham um papel importantíssimo nesse aprender.
Podemos compreender, desta forma que o uso de estratégias adequadas em
um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará consequentemente,
alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas, afetando assim o
funcionamento cerebral, de forma positiva e permanente, com resultados
extremamente satisfatórios. .
Estudos na área neurocientífica, centrados no manejo do aluno em sala de
aula vem nos esclarecer que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas
funcionam de forma inter relacionada. Assim, podemos entender, por exemplo, como
é valioso aliar a musica e os jogos em atividades escolares, pois há a possibilidade
de se trabalhar simultaneamente mais de um sistema: o auditivo, o visual e até
mesmo o sistema tátil (a música possibilitando dramatizações).
Os games (adorados pelas crianças e adolescentes) ainda em discussão no
âmbito acadêmico são fantásticos na sua forma de manter nossos alunos plugados
e podem ser mais uma ferramenta facilitadora, pois possibilita estimular o raciocínio
lógico, a atenção, a concentração, os conceitos matemáticos e através de
cruzadinhas e caça-palavras interativos, desenvolver a ortografia de forma
desafiadora e prazerosa para os alunos. Vários sites na internet nos disponibilizam
esses jogos.
Desta forma, o grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que
'facilite' esse disparo neural, as sinapses e o funcionamento desses sistemas, sem
que necessariamente o professor tenha que saber se a melhor forma de seu aluno
lidar com os objetos externos é: auditiva, visual ou tátil. Quando ciente da
modalidade de aprendizagem do seu aluno, (e isso não está longe de termos na
formação de nossos educadores) o professor saberá quais estratégias mais
adequadas utilizar e certamente fará uso desse grande e inigualável meio facilitador
no processo ensino – aprendizagem.
Outra grande descoberta das neurociências é que através de atividades
prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais
facilmente: as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais
facilidade.
Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o professor pode ajudar
nesse “fortalecimento neural”?Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica
tem esse efeito: aulas dinâmicas, divertidas, ricas em conteúdo visual e concreto,
onde o aluno não é um mero observador, passivo e distante, mas sim, participante,
questionador e ativo nessa construção do seu próprio saber, o deixam “literalmente
ligado”, plugado, antenado.
O conteúdo antes desestimulante e repetitivo para o aluno e professor ganha
uma nova roupagem: agora propicia novas descobertas, novos saberes, é dinâmico
e flexível, plugado em uma era informatizada aonde a cada momento novas
informações chegam ao mundo desse aluno. Professor e aluno interagem
ativamente, criam, viabilizam possibilidades e meios de fazer esse saber,
construindo juntos a aprendizagem.
Uma aula enriquecida com esses pré- requisitos é mágica, envolvente e
dinâmica. É saber fazer uso de uma estratégia assertiva onde conhecimentos
neurocientíficos e educação caminham lado a lado. Mas como isso é possível? O
que fazer em sala de aula? A seguir veremos algumas sugestões que podem ser
adotadas:
1- Estabeleça regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de
aula, fazendo com que os alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza
e utilização dos materiais. Opinando e criando as regras e normas adotadas,
eles se sentirão responsáveis pela sala de aula
2- Faça uso de materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual:
mural, cartazes coloridos, filmes, livros, filmes educativos; Tátil: material
concreto e objetos de sucata planejados. Há uma riqueza de sites na internet
que nos disponibilizam atividades muito ricas e prazerosas. A criatividade aflora
e a aula se torna muito divertida; Auditivo: música e bandinhas feitas com
material de sucata, sempre com o conteúdo inserida nelas. A criação de
musicas sobre conteúdos é uma forma divertida de aprender. Talentos
apareceram em sala de aula. E quem não gosta de cantar? A aula fica muito rica
e prazerosa!
3- Reserve um lugar com almofadas e tapete, para momentos de descanso e
reflexão. O “cantinho da leitura” é fundamental na sala de aula na ausência de
uma biblioteca. Relaxar após o trabalho prazeroso significa dar tempo para o
cérebro escanear todo o conteúdo que vai ser assimilado, ativar o hipocampo
(região responsável pelas memórias) e consolidar o que se aprendeu.
4- Estabeleça rotinas onde possam realizar trabalhos individuais, em dupla e em
grupo. (rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e
organização. Crianças com TDAH, que apresentam mal funcionamento das
funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas). O
trabalho em equipe é extremamente prazeroso, ativa as regiões límbicas
(responsáveis pelas emoções) e como sabemos que o aprender está ligado à
emoção, a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva.
(hipocampo)
5- Trabalhar o mesmo conteúdo de varias formas possibilita aos alunos “mais
lentos” oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas
possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos, atividades que reforcem ainda mais
esse conteúdo, que os mantenham atentos e concentrados, para que os mais
lentos não sejam prejudicados com conversas e agitação dos mais rápidos.
6- A flexibilidade em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e
melhor percebida por todos os alunos. O professor que ministra bem os conflitos
em ala de aula, que tem “jogo de cintura” e apresenta o conteúdo com prazer
mantém seus alunos “plugados” na sala de aula.
Desta forma, sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a
aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e
consolidam o conhecimento, dessa magia onde cada estrutura cerebral se interliga
para que todos os canais sejam ativados. Assim, como numa orquestra
afinadíssima, onde a melodia sai perfeita, estar de posse desses importantes
conhecimentos e descobertas será como reger uma orquestra onde o maestro
saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar
deles melodias harmoniosas e suaves!
A neurociência se constitui assim em atual e uma grande aliada do professor
para poder identificar o individuo como ser único, pensante, atuante, que aprende de
uma maneira toda sua, única e especial. Desvendando os mistérios que envolvem o
cérebro na hora da aprendizagem, a neurociências disponibiliza, ao moderno
professor (neuroeducador), impressionantes e sólidos conhecimentos sobre como se
processam a linguagem, a memória, o esquecimento, o humor, o sono, a atenção, o
medo, como incorporamos o conhecimento, o desenvolvimento infantil, as nuances
do desenvolvimento cerebral desta infância e os processos que estão envolvidos na
aprendizagem acadêmica. Logo, um vasto campo de preciosas informações
relacionadas ao aluno e ao processo de absorção da aprendizagem a ele
proporcionada. Tomarmos posse desses novos e fascinantes conhecimentos é
imprescindível e de fundamental importância para uma pedagogia moderna, ativa,
contemporânea, que se mostre atuante e voltada às exigências do aprendizado em
nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente.
Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais, (que viabilizam o
gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (fundamentais para o
entendimento da consolidação das memórias), neurônios espelho, que possibilitam a
espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a
desenvolver-se, a aprender e a mudar não mais estarão sendo discutidos apenas
por neurocientistas, como até então imaginávamos. Estarão agora, na verdade, em
sala de aula, no dia a dia do educador, pois uma nova visão de aprendizagem está a
se delinear. O fracasso e insucesso escolar têm hoje um novo olhar, já que uma
nova e fascinante gama de informações e conhecimentos está á disposição do
educador moderno.
Graças á neurociência da aprendizagem, os transtornos comportamentais e da
aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores,
que aliados á neurociência tem subsídios para a elaboração de estratégias mais
adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, um método de
ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores
fundamentais para que todo esse conhecimento que a neurociências nos viabiliza
seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno. Esta
nova base de conhecimentos habilita o educador a ampliar ainda mais as suas
atividades educacionais, abrindo uma nova estrada no campo do aprendizado e da
transmissão do saber.
Olá Danielle! Passei para dar uma olhadinha. Estou te seguindo e levando teu link. Fica com Deus...
ResponderExcluirOi danielle, gostei muito do seu blog, suas postagens são riquíssimas em conhecimentos, já estou seguindo e convido você a fazer uma visita ao meu se gostar participe, será um prazer, Abraços uma noite abençoada.
ResponderExcluirola tudo bem amei seu blog e estou te seguindo para nao perder nadinha do seu cantinho..bjocas
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