quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ESTUDO MAPEIA ÁREA DO CÉREBRO RELACIONADA A INTELIGÊNCIA

 Imagens de ressonância magnética revelam correspondência entre conexões do córtex pré-frontal e desempenho intelectual


Por meio de imagens de ressonância magnética, pesquisadores americanos e eslovenos identificaram a correspondência entre a atividade de uma área específica do cérebro, o córtex pré-frontal, e a inteligência de uma pessoa. De acordo com o estudo,  publicado no periódicoNeuroscience, o número e a frequência de conexões cerebrais nessa região é maior em pessoas com melhor desempenho intelectual.
Cientistas já haviam relacionado uma variação de até 6,7% na inteligência de uma pessoa ao tamanho de seu cérebro e de até 5% às atividades neurais no córtex pré-frontal. A nova pesquisa foi mais longe e identificou que a frequência da atividade no lado esquerdo do córtex pré-frontal (atrás da testa) responde por uma variação de até 10% do desempenho intelectual.
Para desenvolver a pesquisa, o neurocientistas Michael W. Cole, da universidade de Washington, tomou por inteligência a capacidade de uma pessoa resolver problemas de lógica em situações inusitadas, independentemente do conhecimento adquirido. “A inteligência depende de dois fatores: ter um córtex pré-frontal que faça bem o seu trabalho e fazer com que ele se comunique bem com o resto do cérebro”, diz Todd Braver, da universidade de Washington,  coautor do estudo, feito em parceria com cientistas das universidades americanas de Colorado, Yale e de Liubliana, na Eslovênia
Central de distribuição - De acordo com os cientistas, uma possível explicação é que o córtex pré-frontal atua como se fosse uma central de distribuição de dados, monitorando e influenciando outras regiões do cérebro. “Há evidências de que a parte esquerda do córtex pré-frontal é a responsável por nos ajudar a manter o foco”, diz Cole.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores realizaram vários testes com voluntários. Primeiro, fizeram a ressonância magnética do cérebro enquanto eles descansavam. Depois, fizeram mais uma captação de imagens das atividades neurais enquanto eles eram submetidos a diversos desafios mentais, como os testes de lógica. Depois, compararam os dados a testes adicionais de inteligência e controle cognitivo. Os resultados mostraram elevadas taxas de conexão entre o córtex pré-frontal esquerdo e o restante do cérebro quando os voluntários foram submetidos aos testes de inteligência. Assim, concluíram que atividades neurais intensas nesta região são um indício de maior capacidade para detectar e resolver problemas.
Segundo Cole, a descoberta pode oferecer novos caminhos para compreender como as interferências nessas conexões cerebrais contribuem para o déficit de controle cognitivo em casos de doenças mentais, como a esquizofrenia.

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